Jovem recebeu mais de 200 solicitações de seguidores no Instagram. Ruanna Cayre, 19 anos, foi barrada com a mãe por seguranças de shopping.
Ruana registrou boletim de ocorrência (Foto: Karynne Katiuzia/G1)
A estudante Ruanna Cayre, que denunciou injúria racial ao ter sido barrada com a mãe por seguranças de um shopping em Teresina, disse que está recebendo muitas manifestações de apoio e solidariedade, incluindo da apresentadora Glória Maria, pela situação constrangedora que passou. A jovem afirma que em menos de 24 horas recebeu mais de 200 solicitações de pessoas para segui-la em seu perfil no Instagram.
Ruanna registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Repressão às Condutas Discriminatórias e proteção dos Direitos Humanos e mostrou um vídeo (assista ao vídeo abaixo) como prova do ocorrido.
“É bom saber que mais pessoas estão se unindo à causa, isso me fortalece e me incentiva. Tenho mais força para seguir em frente. Não vou me calar”, falou.
Ruanna explicou que o interesse das pessoas pelo fato reforça a discussão sobre o assunto e desperta a importância de denunciar. “Fiquei feliz em ver profissionais, como a jornalista Glória Maria e professoras universitárias, formadoras de opinião, se manifestando de forma positiva”, enfatizou.
A jovem ressaltou ainda que a repercussão do fato está ajudando a dar voz a centenas de pessoas negras que em algum momento passaram por situações parecidas e não tiveram coragem de buscar seus direitos. Ruanna falou também sobre alguns comentários negativos, que a acusam de querer apenas dinheiro do shopping, ou mesmo de estar alcoolizada ou drogada. “Não tem essa história de dizer que racismo não existe. Existe sim. Não é mimimi (sic) não. Quem já passou por isso é que sabe”, disse.
A coordenadora do Fórum Estadual dos Direitos Humanos, Conceição Silva, elogiou a atitude de Ruanna e afirmou que também já sofreu discriminação da mesma forma e falou que a coragem da estudante deve servir de exemplo para todos que passam por situações como esta.
“Vivemos racismo todos os dias. Eu mesma já fui impedida de dar aula por ser negra. Carregamos essa herança maldita da discriminação. Vou propor um moção de apoio à essa estudante no Conselho e no Fórum dos Direitos Humanos . Atitude que pode até se tornar simbólica na luta por nossos direito”, falou.
Fonte: G1 / Edição: Tribuna de Parnaíba
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