A Polícia Federal investiga se um ex-diretor do BNDES, ligado ao PT, teria cobrado propina da Andrade Gutierrez para o partido. Em troca de mensagens encontradas no celular do ex-presidente da construtora Otávio Azevedo, Guilherme Lacerda trata de supostos repasses não feitos a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, em setembro de 2012. É a primeira vez que um ex-diretor do banco aparece como um eventual agente na cobrança de propina.
Lacerda foi nomeado diretor do banco em 6 de fevereiro de 2012. Ele foi ex-presidente da Funcef e e em 2010, tentou, mas não conseguiu, se eleger deputado federal no Espírito Santo.
As mensagens entre Lacerda e Otávio reforçam as investigações sobre o pagamento de propina em contratos de empréstimos do BNDES. O próprio Azevedo disse em delação que pagou 1% de propina sobre valores financiados pelo BNDES em obra da empreiteira Andrade Gutierrez na Venezuela.
Em uma das mensagens, quatro dias depois de assumir, Lacerda brinca: "Otávio, já to enfrentando ps [problema]. Pepinos lá da diretoria. Assumi e vc n [nem] tchan, heim? Mas brincadeiras a parte preciso ouvi-lo sobre [a] pendência [do] estádio internacional. Retorne me qdo [quando] puder g lacerda."
No dia 22 de setembro de 2012, Lacerda manda uma mensagem para o executivo: "Otávio, o joao Vac [João Vaccari] me informa hoje que ainda não recebeu para encaminhar. Foi uma surpresa e já criei expectativas em vários lugares. Pf [Por favor] veja isso com urgência."
Fonte: Valor Econômico
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