Secretaria Estadual de Saúde registrou 18 casos apenas em 2016. Coordenadora de Epidemiologia explica relação da meningite e mosquito.
Recentes casos de meningite no Piauí têm chamado a atenção da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) para a relação da doença com as viroses causadas pelo mosquito Aedes aegypti. De acordo com o órgão, a inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal já atingiu 18 pessoas somente este ano no estado.
A coordenadora de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa, explicou que a doença é contagiosa, podendo ser causada por vírus, bactérias, fungos entre outros agentes infecciosos. No entanto, no momento do surto de viroses (como zika, dengue, chikungunya e até mesmo uma gripe) é perceptível um aumento considerável de casos de meningite.
"Um dos fatores etiológicos causadores desta doença são os vírus. Qualquer tipo de virose pode evoluir para uma meningite, basta a pessoa ter contato com a saliva ou via respiratória de alguém infectado. Por isso, a incidência da doença costuma aumentar nos meses do período chuvoso e com aglomeração de pessoas. Tosse, espirro, beijo e compartilhamento de itens pessoais podem transmitir meningite", acrescentou.
Os principais sintomas da meningite são dor de cabeça, vômito, febre e perda do nível de consciência, podendo levar até mesmo ao coma. Nem sempre há rigidez na nuca e o teste não pode ser feito por um leigo apenas ao baixar a cabeça, só um médico pode avaliar o quadro corretamente.
"O diagnóstico padrão ouro ocorre pelo exame do líquor, líquido que banha o sistema nervoso. A cor do líquor já indica se a meningite é por bactéria ou vírus. Em muitos casos, não conseguimos classificar o tipo de infecção porque o paciente vem tomando antibiótico algum tempo e o remédio mascara a doença", destacou Amélia Costa.
A meningite bacteriana é mais grave e, dependendo dos casos, pode levar o paciente à morte em algumas horas após o aparecimento dos sintomas. Já as meningites virais costumam ser caracterizadas por um quadro clínico benigno, isto é, que não tem caráter perigoso.
Porém, é preciso ficar atento, porque a meningite tem uma alta taxa de mortalidade e sequelas, como surdez, perda dos movimentos e danos ao sistema nervoso. As crianças são a faixa etária mais atingida, e os pacientes devem ter um acompanhamento por pelo menos seis meses depois da doença.
Prevenção e tratamento
A principal forma de prevenção é a aplicação das diferentes vacinas disponíveis na rede pública. Além disso, deve-se evitar o contato com pessoas infectadas, evitar frequentar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas. Outras medidas importantes são higienização das mãos, higienização e ventilação dos ambientes e cuidado com os alimentos.
A especialista destaca que não há tratamento específico para a meningite. A grande maioria dos pacientes se cura em casa, sem sequelas, e como os sintomas assemelham-se aos de viroses em geral, eles nem sabem que tiveram a doença.
Fonte: G1 / Edição: Tribuna de Parnaíba
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