A que ponto chegamos. Secretário resolveu recorrer à sensibilidade dos traficantes e pessoas ligadas ao crime na capital.
Fonte: Política Dinâmica
O secretário municipal de Saúde de Teresina, Sílvio Mendes (PP), afirma ter recorrido ao secretário estadual de Segurança Pública, Fábio Abreu (PTB), e ao comandante geral da PM, coronel Carlos Augusto, para combater a violência nas Unidades de Saúde da capital. Mas o episódio de uma bala perdida na maternidade do Promorar, mostra que os encontros ainda não surtiram efeito. Sílvio convocou a imprensa para uma coletiva na manhã desta quarta-feira (19) para fazer um apelo aos traficantes.
Ele resolveu recorrer à sensibilidade dos traficantes e pessoas ligadas ao crime na capital. Sílvio pede que eles respeitem os profissionais de saúde e lembra que muitas vezes os médicos que são ameaçados são os mesmo que salvam a vida dessas pessoas, quando eles são atingidos em conflitos.
“O médico atende a qualquer pessoa. O criminoso é atendido do mesmo jeito do cidadão comum. O médico não faz distinção. Por isso eu recorro à sensibilidade dessas pessoas e solicito que elas respeitem esses profissionais da Saúde. A situação é grave e já se tornou imoral. Não podemos achar normal que um médico trabalhe com medo. Eu chamei a imprensa para alerta porque não poderei fazer muito quando os médicos se recusarem a atender na periferia por medo. O assunto é de interesse de todos”, declarou.
Sobre o secretário de Segurança Fábio Abreu, Sílvio afirma que a situação é grave e já teria saído do controle da secretaria. “Não vou colocar a culpa no Fábio Abreu ou no comandante Carlos Augusto. Já passa de uma questão de atuação deles. O secretário esteve aqui. É uma pessoa educada e nos atendeu bem. Ultrapassa a competência deles. Quero chamar a atenção e todas as autoridades. Todos precisam se unir para buscar uma solução”, afirmou.
Sílvio afirma que não vai transferir a responsabilidade do Estado para aguarda-municipal. “Não vamos transferir responsabilidade. Todos nós sabemos que a guarda é para guardar o patrimônio municipal. Não vamos querer transferir o papel da PM para a guarda. Isso não resolve. Precisamos compreender as causas e trabalhar nas causas”, disse.
O secretário afirma que a coletiva foi para alertar sobre a possibilidade de faltar médicos na periferia. "Praticamente toda semana tem assalto em Unidades de Saúde. As unidades possuem grades. Não quero culpar ninguém, mas unir forças. Não podemos esperar chegar a situação do Rio de Janeiro. A violência está em qualquer lugar na cidade de Teresina. Não sei dizer o que fazer, mas só sei dizer que é preciso fazer algo", disse.
Em nota, a secretaria de Segurança afirma ter 273 homens trabalhando para a segurança dos hospitais. Veja a nota:
A Secretaria de Segurança mantém parceria com a Prefeitura de Teresina colocando policiais militares à disposição em todas as unidades de saúde da capital. Esta determinação aconteceu após reunião realizada este ano entre a SSP-PI, Comando da PMPI, Fundação Municipal de Saúde. Ao todo são 273 PMs (ativos e inativos) trabalhando nos hospitais municipais.
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