Abalo sísmico teve como epicentro a cidade de Belágua, no Maranhão (a 332 km de Parnaíba). Solo frágil da capital piauiense chama a atenção para estudos específicos.
O abalo sísmico de 4,7° na escala Richter, que chegou com intensidade estimada de 2 a 3 graus em Teresina produziu susto nas pessoas, mas alertou para a necessidade de conservação dos prédios da capital do Piauí. O alerta é do geólogo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e professor de engenharia, Sidney Barros, que enfatizou a necessidade de conservação dos prédios de Teresina diante do tremor registrado nesta terça-feira (3).
Segundo o geólogo, fenômenos sismológicos como o desta terça-feira criam a necessidade de observar como está a conservação dos prédios. “É uma preocupação que todas as cidades têm que ter, porque locais que estão em zona de falha, com prédios antigos torna-se uma preocupação constante dos governos”, ressaltou Sidney Barros, acrescentando que falhas de conservação podem levar a desabamentos com sismos até menores que 4,7°.
O solo teresinense também é outro aspecto que requer a atenção quando se trata de sismos. “Estamos do ponto de vista geológico sobre rochas que são frágeis, com resistência não muito significativas, além de termos níveis de rochas carbonadas, que se dissolvem facilmente”, pontuou o professor.
Sidney Barros lembrou dos afundamentos de ruas que já aconteceram na capital devido à fragilidade do solo, ao longo das décadas de 80 e 90. “Teresina está sobre rochas frágeis, então se algum sismo mais forte atingir a cidade temos a possibilidade de haver em profundidade algumas cavernas que podem até gerar motivo de preocupação”, disse o geólogo.
Ele acrescentou que há um projeto para mapear estas cavernas em profundidade, que envolvem a região de Teresina. Atualmente há zonas de falha que cortam perpendicularmente a América do Sul e no Piauí estão relacionadas às cidades de Pedro II, Picos e a capital piauiense.
O geólogo avaliou que para os profissionais da área é uma surpresa um tremor como este em cidades do Maranhão e do Piauí apesar de ser possível o abalo por causa do estado estar em uma zona de falha. “É preciso avaliar o tipo de terreno e o tipo de construções que tem. Um terremoto de 4,7 não é um que vá causar danos significativos como prédios caindo. Vai depender muito da estrutura, mas que não vai causar danos significativos”, destacou o professor.
Réplicas
Sidney Barros enfatizou que é preciso monitorar mais a área para que seja possível conhecer melhor sobre o sismo ocorrido na capital. “Como estamos em um sistema de falhas então podem ocasionar estes movimentos, mas estamos distantes do epicentro. Teresina é uma cidade plana e a população pode ficar bem tranquila quanto a isso”, destacou o geólogo, não descartando novos tremores, até mesmo como réplicas do sismo da manhã desta terça-feira.
De acordo com o geólogo sempre podem acontecer novos tremores, porque o terreno não acomoda de uma vez. “As rochas têm de procurar um ponto de equilíbrio e estabilidade maior. Em busca de equilíbrio podem acontecer pequenos movimentos que em princípio serão menores que o primeiro, mas em todo caso pode acontecer uma ativação de ter valores acima do 4,7º”, ressaltou Sidney Barros, reafirmando que em caso de réplica a intensidade pode ser menor.
Fonte: G1 / Edição: Tribuna de Parnaíba
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