Instituto de Criminalística está sem dinheiro para a realização dos exames. Falta dos laudos atrapalha investigações, diz sindicato dos delegados do PI.
Desde o mês de fevereiro deste ano que exames de DNA requisitados para investigações da Polícia Civil do Piauí não são feitos. Segundo a diretora do Instituto de Criminalística do estado, Julieta Castelo Branco, não há dinheiro para aquisição dos kits de realização dos exames e nem para o envio de equipes para o estado do Pernambuco, onde fica o laboratório em que são feitos os procedimentos.
“Não temos laboratório para fazer esses exames. Fizemos um acordo técnico com o estado do Pernambuco para a utilização do laboratório, mas o material e o corpo técnico é nosso. Não há dinheiro para a compra dos kits para a realização dos exames e nem para pagamentos de diárias e envio das peritas para lá. Não há previsão para que esses exames sejam feitos”, disse Julieta Castelo Branco.
Em Bom Jesus, o juiz Eliomar Rios Ferreira aguarda há quase quatro meses o resultado dos laudos de DNA para dar a sentença sobre o processo.
Julieta Castelo Branco não soube precisar a quantidade de pedidos realizados pelos delegados da Polícia Civil do Piauí, mas afirmou que são muitos. “Não apenas esse caso do estupro em Bom Jesus como muitos outros pedidos para exame de DNA estão parados. As amostras dessa investigação estão a espera. Existem também pendências de pagamentos de kits”, contou informando ainda que as duas peritas especialistas da área estão de licença maternidade e médica.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Piauí (Sindepol), exames de DNA são mais requisitados em investigações de homicídios e estupro, mas podem ser realizados para elucidar outros crimes. Ela disse ainda que falta desse recurso dificulta o trabalho policial.
“O trabalho do delegado fica prejudicado de sobremaneira, já que muitos casos dependem de uma conclusão definitiva do DNA., que pode apontar a autoria de crime. Sem o exame, pessoas podem ser deixadas de ser indiciadas. O pedido é comum para estupros e homicídios, mas serve também em outros casos. Um arrombamento em que o suspeito deixou um vestígio de cabelo, esse material pode ser utilizado para apontar quem é o criminoso”, disse Andrea Magalhães.
Fonte: G1 / Edição: Tribuna de Parnaíba
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