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Firme, forte e dourado: Brasil bate Itália e volta ao topo olímpico após 12 anos

By Redação - domingo, 21 de agosto de 2016 No Comments
Depois de quase ter sido eliminada na primeira fase e dos sustos com lesões, seleção deixa para trás a longa fase do "quase" para ser tricampeã dentro do Maracanãzinho

Lucarelli abraça Bruninho na comemoração da conquista da medalha de ouro (Foto: Getty Images)

A Itália entrava quente no jogo. O Brasil demorava mais para engrenar. Pecava na cobertura e permitia que os adversários fizessem três pontos seguidos. Por sorte, a Azzurra também falhava, principalmente no saque. Era a hora de crescer. Bruninho fazia boas defesas e os companheiros retribuíam o esforço, colocando a bola no chão do outro lado. Wallace virava uma e deixava tudo igual (12/12). Dali em diante, nem Zaytsev conseguia frear a reação. Era parado por Lucão e a seleção dava continuidade ao seu trabalho. Lipe e Wallace arrancavam aces. O oposto ainda explorava bem os dedos do bloqueio italiano para fazer 19/14. Do outro lado, os olhares já pareciam mais preocupados. Aquele Brasil não era o mesmo que eles haviam batido na fase anterior. Jogava com mais calma, de forma mais inteligente. A coxa direita podia não estar 100%, mas o braço... Lucarelli sacava forte. Sem defesa (24/21). Em perigo, Giannelli acionava Zaytsev. Ele salvava o primeiro set point. Mas dava de graça o pontinho que faltava ao sacar na rede: 25/22.  

Jogadores comemoram o título abraçando Serginho (Foto: Getty Images)

Os comandados de Gianlorenzo Blengini não mostravam a consistência das outras sete partidas. Oscilava. O poderoso trio ofensivo formado por Zaytsev, Juantorena e Lanza sentia a pressão. Lipe sacava a 122km/h e colocava na conta mais um ace. Só para tentar encurtar o caminho, tratava de fazer outro logo em seguida (14/11). Mas os rivais retomavam o fôlego e conseguiam o empate (17/17). A experiência do central Birarelli fazia a diferença. Wallace pedia bola, subia mais que o bloqueio, cravava e gritava: "vamos!". Sentia que o time não estava em bom momento. 

Serginho se emociona com a conquista do ouro (Foto: Getty Images)

Para complicar, o golpe de vista num serviço de Zaytsev levava a Itália à virada: 21/20. Na jogada seguinte, Blengini pedia o desafio para tirar a dúvida sobre um toque no bloqueio e reclamava muito por discordar do resultado. Serginho regia a arquibancada. O som vindo de lá aumentava e o Brasil retomava o comando (23/22). Juantorena dava uma mãozinha, com um contra-ataque que passava da linha. Um saque errado e uma precipitação de Lipe na defesa e lá estava a Itália viva de novo (24/24). Wallace salvava a equipe. As trocas de saques na rede mantinham o equilíbrio (26/26). O duplo brasileiro marcava certinho Zaytsev e Maurício trazia alívio com um ace: 28/26.         

Jogadores jogam Serginho para o alto (Foto: REUTERS/Dominic Ebenbichler)

O foco não se perdia. O Brasil sabia que não podia se descuidar com os rivais. Sabia que eles não iriam se entregar tão facilmente assim. E como o esperado, foram para cima. Abriam 18/16, mas as falhas voltavam a acontecer. Tudo igual. Serginho e seus companheiros não alteravam os semblantes calmos. Wallace queria mesmo era tirar a paz dos outros. Conseguia. Bruninho, com uma bola de segunda, também (22/21). Buti explorava o paredão dos anfitriões e empatava. A resposta de Wallace era imediata. Zaytsev, no jeito, providenciava o respiro. Até Wallace subir de novo. Match point. Zaytsev evitava o fim do jogo (24/24). Bruninho acionava Lucão pelo meio. Chão. A arquibancada ficava de pé. E explodia logo em seguida ao ver que o duplo formado por Lipe e Lucão colocavam fim a uma longa espera.  Serginho se ajoelhava, chorava, revivia a forte emoção agora ao lado de meninos. Havia voltado para ser bicampeão olímpico.

Fonte: Globo Esporte.com / Edição: Tribuna de Parnaíba

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