Cerimônias aconteceram nesta sexta (10); acidente matou 18 pessoas. Sepultamentos são no litoral norte, Vale do Paraíba, São Paulo, Piauí e Paraná.
Corpos de nove vítimas de acidente na Mogi Bertiiga serão enterrados em São Sebastião (Foto: Filipe Rodrigues/ G1)
Os corpos de onze das 18 vítimas do acidente com um ônibus de universitários na Rodovia Mogi-Bertioga (SP-98) foram enterrados na manhã desta sexta-feira (10) em cemitérios de Boiçucanga, Barra do Una e Juquehy, em São Sebastião (SP). As cerimônias tiveram início por volta das 10h.
Também houve sepultamento de vítimas em São Paulo, Itaquaquecetuba e São Luiz do Paraitinga. Além disso, os corpos de Janaina Oliveira Pinto e Carolina Marreca Benetti foram encaminhados para cidades do Paraná e o de Aldo Sousa Carvalho para o Piauí. O corpo de Daniel Bertoldo será cremado.
Vítimas de acidente na Mogi-Bertioga (Foto: Arte/ G1)
Em São Sebastião, centenas de pessoas acompanham os onze sepultamentos, marcados pela comoção de parentes e amigos das vítimas. Os enterros aconteceram em sequência, com menos de meia hora para cada cerimônia.
No cemitério da Barra do Una, o primeiro corpo a ser enterrado foi da jovem Gabriela Silva Oliveira, de 22 anos. Ela estava no 7º semestre de engenharia civil na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).
Depois foram sepultados a universitária Natália Rodrigues e o estudante Daniel de Oliveira Damásio, de 25 anos, aluno do 5º semestre de sistemas da informação, também da UMC.
Clima é de comoção nos enterros na Barra do Una (Foto: Filipe Rodrigues/G1)
Em seguida foram enterrados Maria Wdyrlania Maceno de Sousa, de 22 anos, aluna do 5º semestre de ciências contábeis; Daniela Aparecida Mota Dias, de 24 anos, estudante no 9º semestre de arquitetura; Lucas Inácio Alves Pereira, de 17 anos, estudante do 1º período de jornalismo; Rita de Cássia Alves de Lima, de 19 anos, estudante do 3º semestre de enfermagem. O último a ser sepultado no cemitério da Barra do Una foi Damião Nunes Braz, de 33 anos, estudante do 2º semestre de engenharia civil. Todos eram alunos da UMC.
Enterro de Sonia Pinheiro de Jesus, vítima do acidente na Mogi-Bertioga (Foto: TV Globo/Reprodução)
A estudante Ana Carolina da Cruz Veloso, de 21 anos, estudante do 5º semestre de psicologia; e Rafael dos Santos Carmo; de 18 anos, aluno do 3º semestre de enfermagem, também da UMC, serão enterrados em Juquehy. Camila dos Santos Alves, de 24 anos, estudante do 5º semestre de publicidade e propaganda, foi sepultada em Boiçucanga.
No fim da manhã, o corpo da vendedora Sônia Pinheiro de Jesus, de 37 anos, foi enterrado no Cemitério Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. A mulher nasceu na Bahia e se mudou para São Paulo há 20 anos. Cinco anos atrás ela foi morar em São Sebastião, onde trabalhava. Ela estudava Serviço Social em Mogi.
O motorista do ônibus, Antonio Carlos da Silva, foi sepultado no início da tarde em São Luiz do Paraitinga. Poucas pessoas acompanharam o enterro do motorista no cemitério municipal e a família não quis falar com a imprensa.
Guilherme Mendonça de Oliveira, de 19 anos, foi enterrado no Cemitério Caminho do Céu, em Itaquaquecetuba, às 12h desta sexta. Ele cursava o terceiro semestre de design gráfico na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).
Corpo de Guilherme Mendonça de Oliveira, vítima de acidente na Mogi-Bertioga, é enterrado em Itaquaquecetuba (Foto: Carol Paes/TV Diário)
Durante o velório, a mãe da estudante Rita de Cássia contou que fez tratamento durante sete anos para engravidar da jovem e que ela se preparava para tirar habilitação. A família preparava uma surpresa para a estudante, que ganharia um carro de presente.
Já a família do pedreiro Damião contou que ele foi o primeiro de uma família de dez irmãos a fazer faculdade.
Segundo José Oliveira, tio de Daniel Damázio, ele fazia faculdade com o pai e o irmão, que estudavam engenharia civil. Eles estavam em outro ônibus e não viram o acidente. Só souberam ao chegar em São Sebastião.
“O pai voltou desesperado quando soube do acidente e logo que chegou ele reconheceu o corpo do Daniel. Foi um momento de muita tristeza, de desespero. Ele era açougueiro e estudava na tentativa de uma vida melhor”, contou.
Corpos de vítimas de acidente na Mogi-Bertioga são enterrados em S. Sebastião (Foto: Filipe Rodrigues/ G1)
Liberação
Os corpos das vítimas começaram a ser liberados no fim da tarde desta quinta-feira após o perícia e identificação no Instituto Médico Legal. Para agilizar o trabalho de liberação dos corpos, o Estado de São Paulo organizou uma força-tarefa.
Acidente
Dezoito pessoas morreram após o acidente envolvendo um ônibus fretado que capotou na noite da última quarta-feira (8) na Rodovia Mogi-Bertioga, no limite entre as cidades paulistas de Mogi das Cruzes e Bertioga.
O ônibus levava universitários de Mogi das Cruzes para São Sebastião e tombou na pista sentido litoral. No km 84 da rodovia, na descida da serra, o motorista perdeu o controle logo depois de fazer uma curva, atravessou a pista, bateu nas pedras, capotou e caiu em um barranco.
Segundo o Corpo de Bombeiros, 15 pessoas, incluindo o motorista, morreram no local do acidente. Outras três morreram em hospitais.
Como foi o acidente
O acidente ocorreu por volta das 23h. Segundo o delegado Fábio Pierri, o ônibus estava acima da velocidade permitida, de 60 km/h, mas a polícia ainda apura outros fatores que podem ter contribuído para o acidente.
A empresa União do Litoral contesta a informação e afirmou que o velocímetro do ônibus envolvido no acidente registrava 41 km/h. De acordo com informações da assessoria de imprensa da empresa, um representante da empresa teve acesso ao velocímetro do veículo que registrou a velocidade.
No entanto, o tacógrafo do veículo - espécie de caixa-preta - é quem determinará oficialmente a velocidade precisa do acidente. O objeto foi apreendido pela Polícia Civil e passará por perícia.
A Polícia Civil informou que não chovia e não havia neblina no momento do acidente, mas a pista poderia estar escorregadia. A empresa do ônibus contesta e diz que havia neblina no momento do acidente.
Uma hora antes do acidente, o motorista que dirigia o ônibus, Antônio Carlos da Silva, de 37 anos, avisou a mulher, por meio de uma mensagem de celular, que chegaria mais tarde em casa por causa da neblina na rodovia.
Fonte: G1 /Edição: Tribuna de Parnaíba
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