Secretaria de Segurança acredita que dificuldade em conseguir a droga levou ao aumento de preço.
Sustentar o vício em drogas tem sido cada vez mais difícil. Nos últimos dois anos, por exemplo, o preço de uma pedra crack contendo um grama da substância quintuplicou e subiu de R$ 5,00 para R$ 25,00. A informação é do delegado Menandro Pedro da Luz, coordenador da Delegacia de Entorpecentes do Estado.
Dados divulgados pela Secretaria de Segurança nesta terça-feira (17) mostram que o Piauí bateu recordes de apreensão de drogas este ano. Nas regiões Norte e Nordeste, por exemplo, já são quase 22 mil toneladas tiradas de circulação pela polícia. Só neste mês de novembro, o número chega à casa dos 210 quilos. A Delegacia de Entorpecentes afirma que a quantidade de drogas recolhida em novembro de 2015 já é maior que todo o recolhido em 2014.
Para o Secretário de Segurança, Fábio Abreu, a polícia tem “sufocado” o tráfico de drogas na Capital e no interior do Piauí e isso faz com que os traficantes tenham que mudar sua forma de agir. “Estamos fazendo com que os traficantes fiquem com receio em trazer droga para cá, principalmente o crack, que é todo produzido fora do Estado. Por isso, estão retornando para o comércio da maconha, que é mais fácil de produzir e mais barata para a venda”, diz o secretário de segurança.
Já o coordenador da DEPRE, delegado Menando Pedro, afirma que a alta no preço do crack, por exemplo, deve-se à dificuldade do traficante em conseguir a droga já pronta para o consumo. Ele explica que boa parte do crack que é vendido no Piauí vem de outros estados, principalmente o Mato Grosso, uma das portas de entrada da droga no Brasil.
“Nós não temos produtores de crack no Piauí. Essa droga é vendida na Colômbia, Bolívia e atravessa as fronteiras nacionais com certa facilidade. Mas como no Piauí estamos barrando essa entrada, a droga fica escassa e sobe de preço. Isso gera prejuízo aos traficantes e é essa a intenção da polícia”, explica o delegado.
Menandro faz ainda uma comparação entre o preço do crack e da maconha comercializada por grandes produtores. Segundo ele, um quilo de crack misturado com cocaína pode custar até R$ 18 mil para traficantes intermediários, ou seja, os que adquirem direto com o produtor. Já o quilo da maconha é vendido a R$ 1 mil. Para lucrar em cima desses valores, explica Menandro, é natural que os traficantes aumentem seu preço.
Operação
Depois de cinco meses de investigação, a DEPRE conseguiu tirar de circulação mais 70 quilos de maconha junto com uma pistola 380 em operação policial. Três pessoas foram presas na ação coordenada pelo delegado Cadena Júnior. A maconha estava sendo levada para São Luís do Maranhão por Evanilza Gonçalves Lima e Francisleide Menezes da Silva.
De acordo com o delegado Cadena, a polícia vinha monitorando a movimentação de Evanilza nos últimos meses e descobriu que ela mantinha contato com um homem de nome Orlando da Silva Resende, um dos maiores traficantes da zona Norte de Teresina. “O Orlando tinha deixado ela em um ponto de táxi no bairro Aeroporto e de lá ela seguiu para Timon onde nossos homens fizeram a abordagem. Ela estava na casa da Francisleide que receberia R$ 500,00 para dar apoio no transporte da droga”, explica o delegado Cadena. Na casa foram encontrados 31 tabletes de maconha. Orlando foi preso em Teresina, no Dirceu.
“Nós pretendemos sufocar o tráfico ainda mais para evitar a oferta para o usuário e assim diminuir os índices de criminalidade e roubo. Essas operações são direcionadas tanto para o grande quanto para o pequeno traficante na Capital e no interior do Piauí”, finaliza o delegado Cadena Júnior.
Edição Tribuna de Parnaíba / Fonte: Portal O Dia
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