A investida contra o menor partiu de familiares e amigos da suposta vítima, depois do vazamento nas redes sociais de um vídeo íntimo envolvendo o rapaz e uma jovem de 17 anos.
Imagem: Blog do Coveiro
Uma ocorrência policial atípica foi registrada no início da noite desta quarta-feira (14), no Bairro Santa Teresinha em Cocal (a 92 km de Parnaíba). A Delegada Daniela Dinalli, com o apoio do Agente Civil- Diego Leite e de membros do Conselho Tutelar, evitaram que um adolescente de 16 anos, apontado como participe de um suposto estupro, fosse linchado pela população. A investida contra o menor partiu de familiares e amigos da suposta vítima, depois do vazamento nas redes sociais de um vídeo intimo envolvendo o rapaz e uma jovem de 17 anos.
A família da adolescente teve acesso ao material e ao indagar a moça sobre o vídeo, ela relatou que foi estuprada por dois jovens, o que aparece no vídeo e o responsável pela gravação, que também é menor. Ela disse ainda que os abusos aconteceram na última sexta-feira (09), na casa de um amigo, e que não gritou pedindo ajuda no momento porque estava com a boca amordaçada e não denunciou o caso logo em seguida, por conta de ter sido ameaçada pela dupla.
A polícia e os conselheiros realizaram diligencias em um povoado situado na zona rural do município, no intuito de localizar o segundo envolvido para prestar esclarecimentos, mas esse não foi encontrado.
O acusado, a vítima, os moradores da casa onde aconteceu o fato, e os familiares dos envolvidos foram conduzidos a Delegacia de Polícia Civil de Cocal, para serem ouvidos e tomadas as medidas cabíveis ao caso.
Mesmo com a menina detalhando o crime de forma convincente e até descrevendo detalhes do abuso, não demorou muito para que a polícia descobrisse a mentira. Depois de ouvir o depoimento de todos os envolvidos e após uma acareação, a Delegada constatou que não houve estupro.
Segundo a Delegada, no dia do suposto crime, a adolescente teve relações sexuais com apenas um dos acusados e após o vazamento do vídeo, por vergonha e com medo da reação da família, ela então decidiu mentir para a mãe, para os familiares, e também para a polícia, dizendo que havia sido estuprada.
A adolescente então passou de vítima para a qualidade de acusada e agora responderá na justiça pelo ato infracional equiparado ao crime de denunciação caluniosa, cuja pena varia de 2 a 8 anos de reclusão, e multa.
Edição Tribuna de Parnaíba / Fonte: Blog do Coveiro
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