Antes do decorrer desse texto, quero deixar claro que eu como aluno (a) não preciso, não posso e não devo ficar calado e quieto diante dessa queda brusca que o meio educacional está sofrendo e que tanto nos afeta como estudantes de ensino médio.
Para notarmos isto não precisamos de muito, basta olharmos para os professores e perceber que na segunda-feira (03), nosso primeiro dia de “ditadura”, eles, que tanto nos ensinam o que é liberdade estavam parecendo robôs se direcionando às salas. E então eu vos pergunto, caros colegas vocês estão realmente felizes e confortados com tais mudanças? Mudanças para quais não nos prepararam e nem nos deram a oportunidade de dar nossa opinião.
Mudanças em que apenas nos comunicaram na quinta-feira e nem tiveram a decência em pensar nos professores e nos alunos. Pois é, é realmente desagradável nos sentir tão encurralados como animais ou até mesmo objetos sem poder expressar ou usufruir de nossas opiniões. A gestão do Polivalente simplesmente joga a responsabilidade desse ato cheio de consequências à SEDUC alegando ser “ordens de cima”. A partir daqui vem a outra pergunta: que instituição de ensino é esta que procura impor uma regra no fim do ano letivo faltando dois meses para o ENEM?
Antes dessa reviravolta deveriam se colocar no lugar dos alunos dos terceiros anos, os quais estão se preparando para o ENEM, e mais ainda enxergar o terceiro ano “c”, pois todos lá tinham adotado um sistema de estudo que realmente estava fazendo a diferença para cada um naquela turma. E então chegam do nada, nos separam e falam para formarmos o nosso grupo de estudos em “horários vagos”, sendo que não é tão simples como parece. Não tem como associar os horários de estudos de uma sala com a outra e não há jeito de nos juntar fora do contexto escolar pois muitos moram distante uns dos outros.
Com isso jogo novamente a pergunta: que espécie de sistema educacional são vocês SEDUC, Regional e Gestão do CEMTI? Deveríamos sentir confiança em vocês e não medo ou indiferença. E agora direcionando o assunto exclusivamente para a gestão da escola. A diretora adjunta no início da sua gestão no colégio, chegou nos terceiros anos e disse a seguinte frase: “vocês dos terceiros serão os primeiros a irem para a fila do almoço... fazer o que se vocês têm a prioridade?! Sendo que alguns dias depois em que estavam liberando as salas juntas, uma aluna perguntou: “cadê a nossa prioridade? ” E a mesma senhora respondeu de alto e bom som: “a prioridade é de comer e encher a barriga”. É sério essa frase, ilustríssima adjunta? Com uma comida “deliciosa” igual à da nossa escola, é realmente sério? Custa-me acreditar que uma pessoa tão contraditória tome conta deste cargo.
E também não esquecemos do dia em que o frango estava com mau cheiro, e vossa senhoria afirmou também para uma aluna que não se preocupasse, porque só havia passado do ponto um pouquinho, e não faria mal a ninguém, pois não estava estragado. E ironicamente, neste mesmo dia, vários alunos e um professor passaram mal. Você em diretora adjunta, desculpe-me falar, mas é a verdade, você não tem ideia do que é passar nove horários todos os dias tendo que conviver com situações constrangedoras como essas. E quem sofre com isso? Nós alunos! Agora vamos passar para a nossa diretora recém-chegada na escola, e já tem abalado muitos corações, alguns de ódio, outros de indiferença.
Temos que comentar acerca do seu medo de falar com os alunos no pátio, sempre coloca a adjunta ou o secretário para tomarem a frente, se não for medo, é vergonha. E tendo passado por qualquer uma dessas duas situações, vossa senhoria deveria entender que também há alunos com o mesmo problema, e se em uma sala com 27 pessoas, há os que se sentem inseguros ao falar em público, imagine em uma com 45, é pesado, não é? E repetindo o assunto do refeitório, não seria ter a prioridade, mas devem enxergar que o refeitório não suporta tantas pessoas, e esperar na fila tanto tempo em uma escola de ensino integral, é desagradável e desesperador, para quem precisa estudar para o ENEM ou descansar antes de começar novamente as aulas.
A próxima pergunta que tenho é: Como vamos ao laboratório de informática? Como caberão mais de 40 alunas lá dentro? Sendo que a matéria é de suma importância para o futuro dos alunos. É para rir ou chorar? E o absurdo de colocar professores que não tem a mínima ideia de como funciona outra matéria que não seja a sua em que foi formado, é intolerável e inaceitável, mas infelizmente estamos passando por esse abalo. E quero aqui deixar estampado que, se não passarmos de ano ou não obtermos o mesmo ou melhor resultado no ENEM como o do ano passado em que nossa escola se destacou, a culpa não será dos alunos e nem dos professores porque nós estávamos realmente tentando e conseguindo passar por cima dos obstáculos e dificuldades que cada aluno sentia em determinada disciplina. Mas sim, vamos condenar a gestão do CEMTI, a SEDUC e a Regional de educação por serem tão egoístas e não pensarem em nós e no nosso bem-estar, pois passar nove horários em uma sala sem estrutura, com algumas conversas paralelas em sala de aula, não termos tempo necessário para compartilhar o que sabemos com o próximo, ter a troca de aprendizagem com quem já estávamos acostumados.
Não será fácil, não será prazeroso e estudar sem prazer é o mesmo que viver derrotados. É isso que esperam de nós? Seres derrotados? É lamentável! E por último vou reforçar e dizer que os professores não têm culpa alguma nessa história, eles também estão sofrendo o mesmo impacto que nós alunos, e não me espantará se ficarem sem voz no fim de cada aula. E que situação humilhante foi aquela para cada professor que saiu, até mesmo chorando, e que está sendo para cada um que ficou. A verdade em tudo isso é que estamos vivendo uma mentira, e sendo enganados por quem mais deveriam nos incentivar a verdade.
Sou Aluna do CEMTI e lá estamos passando por uma situação constrangedora, gostaria que você postasse isso no blog pois no momento são poucas as opções que temos para gritar os nossos direitos e não acho que a educação do Piauí deva ser tão cheia de "caminhos de ratos" como estão fazendo. E novamente peço anonimato.
Edição Tribuna de Parnaíba
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