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Equipe se recusa a limpar ambulância que levou suspeito de contrair ebola

By Redação - sexta-feira, 10 de outubro de 2014 No Comments

Bombeiros do quartel do Corpo de Bombeiros da Penha, no Subúrbio do Rio, ficaram apavorados na manhã desta sexta-feira (10) quando receberam a ordem para limpar a ambulância que transportou o paciente com suspeita de ebola da base aérea do Galeão para a Fiocruz. Após deixar o africano Souleymane Bah, de 47 anos, no pátio do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a viatura foi levada para o quartel e os bombeiros designados para a tarefa se recusaram a entrar na ambulância.

“Tem uma equipe que é designada para fazer a desinfecção das ambulâncias do Samu quando elas chegam no quartel. Quando essa ambulância chegou lá ficou todo mundo surpreso e revoltado. Ninguém tinha sido preparado ou submetido a treinamento para fazer essa limpeza. Os bombeiros se recusaram”, afirmou a esposa de um bombeiro que trabalha no quartel, mas que não quis se identificar.

De acordo com a mulher, os dois militares designados para fazer esse trabalho não tinham roupas específicas para realizar o procedimento e no momento que a ambulância chegou ao quartel cerca de 80 bombeiros e funcionários da unidade estavam no local. “Fiquei muito preocupada, queria que ele saísse de lá na mesma hora. Esse vírus ainda é muito desconhecido. Pode ser que esse caso não seja confirmado, mas pode haver outro e o Brasil não está preparado para lidar com isso, ao contrário do que disseram hoje na televisão”, criticou a mulher.

Após a recusa da equipe que faz a limpeza das ambulâncias normais, uma equipe do grupamento de operações com produtos perigosos, do próprio Corpo de Bombeiros, foi para fazer a desinfecção do veículo. “A dúvida, a revolta é porque não reservaram um lugar na própria Fiocruz para fazer essa limpeza lá mesmo. Sei que a profissão dele é arriscada, mas o trabalho dele é o que ele faz com orgulho e amor. Meu receio é pelo despreparo do governo, deixando essas pessoas e suas famílias tão vulneráveis”, disse a mulher de um militar do quartel da Penha, destacando que por volta das 12h a viatura já havia passado pela limpeza e deixado o local.

Segundo a assessoria do Corpo de Bombeiros, a ambulância é previamente envelopada (seu interior é coberto por plástico, para que não haja contato dos instrumentos com o paciente). Durante o transporte, tanto o paciente quanto a equipe médica utilizam equipamentos de proteção (macacão de tyvek, protetor facial, bota, luvas, entre outros). Após o transporte, o plástico é removido e é feita limpeza com solução química na viatura. Esse material e refugos de limpeza são, então, incinerados. Ainda de acordo com a assessoria, o material descartável serão incinerados.

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Informações: G1
Por Bruno Santana

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