Polícia suspeita que garota sofreu intoxicação por ingerir líquido em ritual. Criança morreu no dia 28 de abril deste ano no Hospital de Urgência.
Líquido ingerido por criança usada em possível ritual religioso (Foto: G1 Piauí)
Após quase quatro meses da morte de uma garota de 10 anos, intoxicada após ingerir um líquido durante ritual religioso, a Polícia Técnico-Científica do Piauí ainda não tem um laudo conclusivo sobre o material. A criança morreu no dia 28 de abril deste ano, depois de passar 15 dias internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Quando deu entrada na unidade de saúde, ela apresentava um quadro de intoxicação, o corpo cheio de cicatrizes em forma de cruz e o cabelo raspado.
Testes feitos pelo Instituto de Criminalística do Piauí em parceria com universidades públicas comprovaram apenas que não há presença de veneno, mas ainda não foi possível identificar o que de fato contém no líquido.
“Ainda não enviamos o líquido para nenhum instituto de perícia ou universidade, pois todos os locais que entramos em contato se recusaram a fazer a análise. O que todos os locais alegam é que não têm condições, técnicas ou científicas, para fazer o laudo", explicou Antônio Nunes do Instituto Médico Legal, responsável pelas investigações.
A polícia técnico-científica ainda explicou que aguarda algumas respostas de institutos e de universidade e que ainda vai tentar por um prazo de dois meses para encontrar um local. "Se todas as respostas forem negativas, vamos estudar o que pode ser feito aqui mesmo, destacando as margens de erro", contou Antônio Nunes.
Em um teste preliminar feito no estado, foi detectado que as substâncias encontradas não são comuns, mas o resultado não foi suficiente para divulgar o laudo.
A falta de resposta tem gerado indignação nos membros do Conselho Tutelar que acompanhavam o caso. Segundo a conselheira Socorro Arrais, a falta de informação dificulta, inclusive, o trabalho do conselho.
“Terminamos tendo que largar o caso sem informações, incompleto, pois a secretaria de Segurança acha que não nos deve informações. Foi o Conselho que solicitou alguns dos laudos feitos com a criança e agora, com essa determinação, de não nos passar informações, a impressão que passa é que o caso vai cair no esquecimento. Quase quatro meses depois e ainda não temos resposta de nada, mas não vamos deixar morrer, vamos continuar cobrando”, desabafou a conselheira.
A Polícia Civil informou que, por se tratar de menor, a investigação corre em segredo de Justiça e por isso não vai divulgar detalhes sobre o caso.
Fonte: G1 / Edição: Tribuna de Parnaíba
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